Jean-Claude Bernardet sai de cena, mas sua obra segue em cartaz na história do cinema
- por REDAÇÃO

- 12 de jul.
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O Brasil perde uma de suas mentes mais afiadas quando o assunto era cinema, estética e ideologia
Publicado por REDAÇÃO

Créditos: Foto Divulgação / USP
É com pesar que o país se despede de Jean-Claude Bernardet, um dos maiores pensadores do cinema brasileiro, que faleceu neste sábado (12), aos 88 anos. Belga de nascimento, francês de origem e brasileiro por escolha e paixão, Bernardet foi mais do que um crítico: foi um provocador intelectual, autor de livros essenciais para compreender a identidade cinematográfica do Brasil, como Cineastas e Imagens do Povo, Cinema Brasileiro: Propostas para uma História e Brasil em Tempo de Cinema.
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Sua formação acadêmica teve início na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, e ganhou consistência no Brasil, com o título de doutor pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Foi também professor, tendo lecionado História do Cinema Brasileiro até sua aposentadoria em 2004, além de ajudar a criar o curso de cinema da Universidade de Brasília (UnB).
Em sua juventude, escreveu críticas no jornal O Estado de S. Paulo, a convite de Paulo Emílio Salles Gomes, e logo tornou-se uma figura central no debate cinematográfico. Foi interlocutor de nomes como Glauber Rocha, transitando entre o Cinema Novo e outras correntes estéticas com a coragem de confrontar consensos.
Já nos anos 1990 e 2000, Jean-Claude passou a se aventurar também como diretor e ator. Em São Paulo, sinfonia e cacofonia (1994), refletiu sobre a metrópole e seus ruídos. Em FilmeFobia (2008), de Kiko Goifman, subverteu sua própria imagem de intelectual, colocando-se à prova diante das câmeras.
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O Ministério da Cultura (MinC) publicou nota oficial lamentando sua morte e reconhecendo seu papel insubstituível no pensamento crítico brasileiro:
“Diante dessa partida, o MinC se solidariza aos familiares, amigos e admiradores desse importante nome do cinema do Brasil.”
Jean-Claude Bernardet sai de cena, mas seu pensamento continuará moldando gerações que ousam pensar o cinema para além da superfície.























































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