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Proteção Animal Mundial lança mini documentário mostrando o impacto da expansão do agronegócio na vida das pessoas, dos animais silvestres e no meio ambiente

“BR-163 - Progresso para quem?” revela um cenário desolador de queimadas para a monocultura de soja no lugar de florestas às margens da rodovia entre Mato Grosso e o Pará


PUBLICADO POR REDAÇÃO
Proteção Animal Mundial lança mini documentário mostrando o impacto da expansão do agronegócio na vida das pessoas, dos animais silvestres e no meio ambiente (Foto: Reprodução)

A Proteção Animal Mundial lança o mini documentário “BR-163 - Progresso para quem?”, com direção do Estúdio Bijari, filmado nos meses de outubro e novembro de 2023. Durante duas semanas, a equipe da ONG percorreu mais de 1.200 quilômetros, no trecho entre Sinop (MT) e Santarém (PA), para mostrar o impacto da chamada estrada do progresso – apelido que ganhou das autoridades em 2019, na conclusão da pavimentação – na vida dos animais silvestres, nas comunidades quilombolas e nos territórios indígenas.

 

Com a finalização da obra, a rodovia, que facilita o trânsito de veículos pelo arco do desmatamento, passou a ser a principal via de escoamento da soja no estado de Mato Grosso (MT), um dos maiores produtores desse grão no Brasil.


 

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Em vez de progresso, o que a equipe da Proteção Animal Mundial encontrou foram brigadistas combatendo incêndios por mais de 40 dias seguidos, lideranças indígenas lamentando que fazendeiros e garimpeiros estão destruindo a floresta, comunidades quilombolas desoladas com a seca do lago do Maicá (PA), reflexo do desmatamento, além de vidas silvestres profundamente impactadas, como o sagui de Schneider (mico Schneideri) , espécie descrita em artigo acadêmico, pela primeira vez, em 2021, e que já se encontra ameaçada de extinção, tendo o seu território transformado em pequenas ilhas por conta da conversão das florestas nativas em pastagem. Um ano após as gravações, a situação permanece a mesma.

 

“O que me chamou a atenção ao longo do percurso era a fumaça das queimadas, que já era forte em Sinop e ia ficando ainda mais intensa até a chegada em Santarém. A implantação da estrada para beneficiar o agronegócio cortou a floresta amazônica e ignorou as comunidades tradicionais e a rica biodiversidade em seu caminho. A pressão do desmatamento e dos incêndios florestais está levando à fragmentação e à perda de habitat e é uma ameaça à vida selvagem”, explica Júlia Trevisan, coordenadora de Vida Silvestre da Proteção Animal Mundial.
 

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O vídeo mostra também o trabalho de instituições que atuam no tratamento de animais silvestres resgatados após serem impactados pelo fogo. Os bichos-preguiça, pela lentidão na locomoção, acabam sendo queimados vivos. Já as antas, que têm hábitos noturnos, muitas vezes são atropeladas nas rodovias enquanto tentam fugir das chamas. E há casos de aves com as penas chamuscadas, um indício que permaneceram até o quanto suportaram protegendo os filhotes nos ninhos.

 

O minidocumentário tem narração da cantora Mahmundi e está disponível no canal do YouTube da Proteção Animal Mundial.

 

Para ver o vídeo:



Defaunação 

O minidocumentário faz parte do alerta da Proteção Animal Mundial sobre os impactos do agronegócio na vida de animais silvestres. Recentemente, a ONG lançou a música “Defaunação” – com letra de Carlos Rennó e composição de Péricles Cavalcanti – cantada nas vozes de Ney Matogrosso, Zahy Tentehar, Frejat, Letrux e Mahmundi e disponível nas principais plataformas de streaming, com clipe também dirigido pelo estúdio Bijari. A música chama a atenção que o agronegócio, ao mesmo passo que impacta a vida de animais silvestres, alimenta o sofrimento de suínos, aves e bovinos tratados como meras mercadorias no sistema de pecuária industrial. As imagens do minidocumentário mostram que, para além do sofrimento animal, comunidades tradicionais também são profundamente afetadas pela expansão do agronegócio.

 

Ficha técnica 

Realização e produção: Proteção Animal Mundial

Direção, design e animações: Estúdio Bijari (Alexandre Marcati, Dani Violin, Débora Pistori, Geandre Tomazoni, Marcela Návia)

Roteiro, edição e cores: Danilo do Valle

Fotografia: Fernanda Ligabue

Ilustrações: Dani Violin

Trilha original e mixagem: Xuxa Levy

Duração: 16’35”

 

Sobre o BijariNúcleo de criação em artes visuais e multimídia, o Bijari existe desde 1997 e possui um trabalho de pesquisa calcado na convergência entre arte, design e tecnologia. Tem como objeto de interesse narrativas, poéticas e conflitos que moldam e dão vida à paisagem urbana.

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